THARAUD
Jérôme, THARAUD Jean
LE
MIRACLE
DE
THÉOPHILE
Illustrations
de Paul CHARLEMAGNE
Monaco
Éditions
Du Rocher
1945
Monaco. Éditions Du Rocher. 104 páginas. 1945. In-4 (350 x 270 mm). Composições de cores dentro e fora do texto de Paul CHARLEMAGNE.
Paul
Charlemagne: Paris, 1892/1972.
Pintor,
ilustrador e desenhista. Expôs com freqüência nos Salões dos Independentes e
dos Autônomos.
Foi premiado por Florence Mayer Blumenthal.
Tiragem
limitada a 700 cópias numeradas no vélin pergaminho Annonay Papeteries
Johannot.
Cópia
bonita em uma brochura original incrível, formato de álbum, isto é em cadernos
soltos, sem cola ou costuras, pois que quando abertos se mostram em linda e
livre visão panorâmica da arte gráfica ali aplicada.
O
papel desta materialidade não é tão resistente ao tempo, pois este exemplar
apresenta-se salpicado com fungos, que podem, a gosto, serem devidamente
retirados.
A obra é completamente decorada, aos moldes das antigas iluminuras, mas com primorosas xilogravuras em estilo moderno e das prensas do mestre Jean Bétinas.
Vinculação ilustrada - modera, da gravura e da literatura.
"Le
Miracle de Théophile"
Líbano
Calil
Este
poema, hora transportado para a existência em forma de cânticos, pelos autores
Jean e Jérome Tharaud nos retrata a experiência vivida por Théophile (frei
franciscano Juan Gil) que tratou de vender sua alma ao diabo, isto lá pelo
século IX, em Zamora, que se encontrava sitiada pelos mouros.
Mas
caramba! Ele era devoto de Nossa Senhora, que deu nele? Era o velho dilema, o
diabo e o bode expiatório judeu: têm que se atribuir a desgraça de alguém, a
alguém, como sempre, né?
A
história começou a ser pulverizada a partir do século XIII.
O
relato surge muito provavelmente no Convento de São Francisco, na referida
cidade espanhola.
O frei foi o único franciscano a apoiar o rei Dom Alfonso, contrariando todo o clero que apoiava a oposição.
Os estudos dos milagres mariológicos são muito
importantes no ocidente europeu, exatamente porque toda essa região é
extremamente devota a Santa Maria.
Juan
Gil era um mariano e se dedicava em suas pregações a exortar os milagres
conferidos e atribuídos a Virgem, mas o fazia de forma muito pratica e
sintética e isto não era menos criativo, porém acrescentava e tirava argumentos
e tornava a pregação mais compreensível, em qualquer realidade, da elite ou dos
menos privilegiados.
Théophile
era vigário em Sicilia, exercia seu trabalho com esmero e por isso era muito
querido e admirado por todos. Determinada época o bispo da diocese, veio a
falecer, ficou claro para todos que seu substituto, Juan Gil, deveria assumir
este cargo definitivamente. Gil se recusou a aceitar de forma muito veemente,
até ao ponto de a igreja nomear outro para o cargo. Esta característica de
humildade é muito freqüente em homens bons e com tendências a serem santos, porém
o frei foi assolado pelo sentimento de preocupação e dúvida, se a atitude que
tomou era ou não prejudicial ao seu compromisso com a igreja, aconteceu que
depois de despedir frei Juan Gil, o novo bispo nomeou para o cargo de vigário
outro frei.
Podia
parecer inveja, mas a coisa virou para este lado?
A
dúvida o levou a um RUBRO MAGO já conhecido por ter desviado almas e acusado de
ser malvado e ímpio.
Théophile
foi prevenido pela odiosa figura, do personagem cavernoso, que não deveria
assustar-se diante do que iria presenciar.
Justamente
à frente do diabo, em cerimônia satânica: segue então o ato até quando o
próprio Consumilis Hipócritus o notifica que estaria em desvantagem e
prejudicado, em relação ao bispo recém nomeado, mas que não poderia realizar
nada se fosse para seguidores de outros (Jesus e Maria), assim o intimou a
renegar sua devoção. Deveria ainda, de próprio punho, firmar contrato assinando
com seu sangue e escrito sobre couro humano, retirado do cadáver de um
criminoso sentenciado a morte por enforcamento, a fim de permitir que o
enigmático e excêntrico ser interviesse ao seu favor.
A
apostasia é realizada logo após Juan Gil ou Théophile ter sido possuído e em
êxtase cair de joelhos aos seus pés, com cheiro de enxofre, fumaça de chulé,
unha encravada, frieira, calcanhar rachado e bicho do mapa e ainda ter de
beijá-los (exagero).
Então,
logicamente Théophile, na manhã seguinte recupera seu antigo cargo muito mais
prestigiado do que antes.
Esta
saga de São Théophile de Adana foi por diversas vezes representada, em formato
de obra teatral e termina com São Théophile arrependendo-se, diante da imagem
milagrosa de Santa Maria, rezando a fim de obter seu perdão pelo pecado
cometido.